Pornógrafo, obsceno, doentio. Assim era chamado Russ Meyer, um dos maiores cineastas pop americanos dos anos 60 e 70. Seus filmes eram cheios de mulheres nuas e sensuais, motoqueiras sem profissão definida, garçonetes e strippers suspeitas, todas muito liberadas sexualmente para os padrões da época, sempre metidas em aventuras rocambolescas e alucinadas.
De 5 a 17 de agosto, o Centro Cultural Banco do Brasil – São Paulo resgata a obra desse cineasta pouco conhecido no país com a mostra O MELHOR DE RUSS MEYER, que reúne 18 de seus longas-metragens. “Meyer foi um precursor dos videoclipes, com sua montagem picotada e dinâmica particular. Era um homem careta na vida particular que defendia em seus filmes o uso livre de drogas e o sexo entre mulheres”, diz o curador João Juarez Guimarães.
Meyer foi fotógrafo do Exército americano durante a Segunda Guerra e assinou alguns dos primeiros ensaios da então iniciante revista Playboy. Sua obra ficou conhecida pela extrema criatividade da montagem, a excelência dos enquadramentos e o vibrante ritmo que conseguia imprimir aos filmes de produção modesta. Suas atrizes opulentas tinham nomes como Tura Satana, Raven de la Croix e Kitten Natividade, sempre vestidas com exóticas roupas de couros.
Os títulos de seus filmes são extravagantes e apelativos. Para criar o título de Faster, Pussycat! Kill! Kill! (1965), considerado sua obra-prima, ele pensou apenas em inserir três elementos que atraíssem o público masculino: velocidade (“faster”), sexo (“pussycat”) e morte (“kill”). Simples e funcional.
Sua influência se estende por várias artes. No cinema, Almodóvar, John Waters e Tarantino reconhecem a influência de Russ Meyer em seus trabalhos – no Brasil, Carlos Reichenbach e Ivan Cardoso estão entre seus admiradores. Sua influência alcançou a música (Sex Pistols), a fotografia (Helmut Newton, Richard Kern), a moda (Jean-Paul Gauthier e Thierry Mugler, com seus figurinos de inspiração sadomasoquista) os e quadrinhos (Robert Crumb).
Se na época de seu lançamento os filmes de Russ Meyer estreavam em cinemas de subúrbio e circuitos “poeiras” do interior americano, hoje a exibição de sua obra acontece em retrospectivas de cinematecas e centros culturais de todo mundo.
Cherry, Harry & Raquel !
Supervixens



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